sábado, 24 de março de 2012

TENDÊNCIA NEOLIBERAL NA GESTÃO ESCOLAR


       De acordo com PARO(2001), a administração escolar diverge da administração capitalista, tendo a especificidade de construção da humanidade do educando. Essa especificidade da educação cria divergência entre administração escolar e administração capitalista. Paro infere que a princípio na sociedade capitalista, a aula é considerada de fato o produto do processo de educação escolar, como serviço prestado pela escola, tanto público como particular e as avaliações são tanto boas ou ruins. Porém em um estudo mais ponderado podemos pensar que aula na verdade não é produto do trabalho, mas o próprio trabalho pedagógico.    
        Segundo GENTILI (2002), referindo-se a Castel (1997), mesmo depois de 20 anos de ajustes neoliberais ainda acontecem formas de exclusão escolar, destacando que há de se “educar na esperança em tempos de desencanto” (p.33). Ficam evidentes concepções que nos fazem repensar o papel do gestor escolar enquanto gestão democrática, pois se faz necessário que este gestor promova formas de fazer com que a comunidade participe mais da vida escolar.
        Ao invés de juntar-se a escola para pressionar o estado, deixa-se manipular por políticas neoliberais que não estão nada preocupadas em sanar os problemas que marginalizam e excluem.
        As concepções presentes nos estudos de GENTILI nos fazem repensar o papel do gestor escolar enquanto gestão democrática. A escola precisa envolver a comunidade para que a mesma possa participar mais.
        Nos reportando a CATANI & JÚNIOR (2000), que tratam da política e gestão da educação, ao citarem GRAMSCI, que diz: "Se quisermos de fato salvar a escola, não podemos nos contentar em administrar, precisamos dirigi-la”.  
        Segundo CATANI & JÚNIOR (2000), a crítica das escolas atuais expressa muito mais o passado do que o desafio do presente.
        A escola precisa  estruturar-se com alunos, professores, pais e familiares. Os agentes da gestão escolar e educacional deverão atuar muito mais como administradores do que dirigentes.
        Administrar bem, dirigir e governar as escolas são recursos de que necessitamos para a dimensão do trabalho.
        ESTEVÃO(2000)  coloca o gestor como líder , defensor da educação, no entanto, no domínio da educação deve haver espaço aberto para confronto democrático e escolar justos.
        A gestão é sujeito de contradição no sentido crítico quando não existe um contexto democrático, apostando assim na construção de uma escola de qualidade, subordinada a padrões de justiça e humanização onde todos participem.      
        Segundo ALEM (2002), o neoliberalismo trona-se domínio e responde a crise no Estado Nacional causado pelo processo de globalização com interligações crescentes por meio de comércio e tecnologia.
        É necessário que a reforma aconteça para que não venhamos ficar de fora desta nova ordem mundial; que tem como objetivo educação, escola, preparação para o trabalho, tornando a escola uma indústria cultural da informática.
        Acontecendo assim uma regressão na escola pública, na visão de ALEM(2002) vendo então alunos, pais e comunidade são vistos como consumidores. ”A escola não é um negócio qualquer, sim boa administração.” (p.52e53)
        É preciso que tenhamos uma gestão escolar preocupada em qualidade e os gestores e professores devem ser eficiente para competir no mercado. ...”Sempre com visão crítica direcionada as tendências presentes no sistema educacional...” (p.54e55). ALEM (2002).  

Referências bibliográficas

      SILVA, Celestino da. ET ALLI. Infância, Educação e           Neoliberalismo. 3ªed. São Paulo: Cortez, 2002. (coleção    questões da Nossa Época; V.61).
     GENTILI, Pablo. Educar na Esperança em tempos de desencanto. 2ª ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 2002.
     NEVES, Lúcia M.W. Uma Nova divisão de trabalho na Educação. Rio de Janeiro: Papéis de Cópia, 1997. (p 77-105) Brasil, Ano 2000. 
     PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. Ática: São Paulo 2001.
     ALEM, Sônia Marrach. Infância, Educação e neoliberalismo. Cortez: São Paulo, 2002. 
     ALVES Alda Judith. Caderno de Pesquisa. São Paulo (77): 53-61, maio 1991. 

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