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quinta-feira, 4 de junho de 2020

Alguns pontos norteadores de um PPP realmente partipativo

Um Projeto Político-Pedagógico com vistas a uma educação de qualidade, inclusiva, participativa, precisa ser pensado coletivamente e no intuito de  atender a um modelo de escola, norteada por uma educação direcionada para, segundo a UNESCO: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser, onde o indivíduo desenvolva capacidades de saber ouvir, saber se expressar, saber pensar, refletir, analisar, comparar, compreender a realidade social, saber conviver com o outro, de modo que possa se promover a formação integral do educando, dentro das possibilidades da escola,  como sujeito do processo contínuo de educação, seu direito de acesso, a universalidade da educação, a concepção de formação em seus diferentes aspectos: estéticos, éticos, cognitivos, afetivos, culturais, biológicos, sociais e religiosos.

O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. (PCN’s)

Para que a escola acompanhe de forma gradativa as verdadeiras necessidades da comunidade escolar  é preciso estabelecer metas a serem cumpridas a um espaço de curto , médio e longo prazo. Para que a escola alcance esses objetivos tornam-se indispensáveis a participação, a responsabilidade e o comprometimento de todos.

A imaginação e a criatividade tornam a aprendizagem mais significativa: minha história como exemplo

Quando eu era criança, sempre fui muito imaginativa, na verdade ainda sou, mas vou me ater aqui a umas lembranças da fase infantil. 

Por volta dos 2 aos 4 anos eu já mostrava interesse pela leitura, quando observava meu pai que adorava ler gibis sentado por horas com os olhos fitados num livrinho rindo horrores sozinho, eu me aproximava e ficava rindo junto. Ele achava que eu entendia e me recontava as histórias pausando para rir de novo e eu ouvia atentamente e ria também, claro que aos dois anos eu estava era rindo do riso dele e não da história, porque eu não tinha esta compreensão para interpretar piadas e textos cômicos.   Mas deixa para lá! Nunca contei para ele que eu estava apenas fazendo companhia para ele não ficar rindo sozinho (risos).

Quanto a minha mãe, sempre foi muito presente em tudo na minha vida. Adorava cozinhar e me elegia para ser a assessora de leitura e escrita das receitas que iria preparar. Eu a auxiliava na redação da lista de compras, na leitura das embalagens no mercado e em casa, no registro das receitas que passavam na TV transcrevendo para um caderno. 

Eu vivia em um ambiente realmente alfabetizador e propício ao aprendizado. Minha casa tinha jornais, revistas, gibis, almanaque a, livros por toda a parte.

Pensando bem, eu fui muito privilegiada!

Tal fato não só criou a curiosidade pela leitura cedo, como desenvolveu bastante minha capacidade imaginativa. 

Lembro me muito bem das histórias que eu criava, primeiro na mente, ricas em detalhes e depois algumas delas eu as escrevia, desenhava e até encenava nas minhas brincadeiras. Talvez por achar que estavam sensacionais, ahahaha. Outro dia achei um caderno velho porque minha mãe tinha o hábito de guardar tudo da minha história, até meu uniforme do jardim de infância ainda tenho, pode acreditar, e neste caderno tinha uma dessas histórias lá registrada. Bem pensando aqui, ao reler a história nem achei que não era tão sensacional assim, não sei porque registrei (risos), talvez fizesse muito sentido naquele momento, talvez causasse um bem estar, um sentimento bom, uma emoção boa que merecia registrar, para não perder aquela situação"vivida" mentalmente, sei lá. 

Mas voltando a essa infância, recordo me que eu tinha estas imaginações em vários contextos, nas brincadeiras, estudando para as provas, na sala de aula, nas filas que eu precisava esperar junto com minha mãe, era um passatempo muito frequente. 

Sempre fui uma criança muito tímida e solitária, na escola preferia na maioria das vezes estar só ou com poucos colegas, em casa não tinha o hábito de brincar com frequência na vizinhança, rua ou na casa de amigos. Meu único irmão tem uma diferença de nove anos a mais que eu. 

Meus maiores companheiros eram três primos que nos finais de semana vinham para minha casa e "fazíamos a festa", era como maratonas de brincadeiras, começando de manhã e indo até a hora de dormir. 

Talvez minha imaginação fértil, o que não é nenhuma novidade no mundo infantil, talvez eu só fazia de forma mais intensa, fosse uma estratégia para me divertir mais nos momentos que não teria companhia da minha faixa etária. Eram minhas companheiras.

Era bom! Tudo tinha mais graça! 

"A consciência humana está no mundo como uma bola inflamada pela imaginação tudo tem inventado pelo homem de maneira física ou mental, é fruto da Imaginação de alguém"(Montessori)


Imagina você poder ilustrar suas próprias histórias? Assistir a um filme em cada aula de história? E o melhor, criado por você! Imagina os textos de português serem cantados como música? E o ritmo foi você que colocou!

Prestava bastante atenção nas  aulas de ciências porque no final de semana seria a aula que eu daria para os meus primos cobaias na escolinha do quintal, nossa brincadeira preferida. Precisava entender bem. 

Os textos dos livros de Língua Portuguesa ou viravam música, porque eu os lia cantando ou viravam peças teatrais que eu ensaiava com meus primos e apresentava no quintal para nós mesmos e os vizinhos que chamávamos e pensávamos estar prestando atenção, vai ver que estavam. 

Adorava os desenhos de cidade urbana e rural dos livros de estudos sociais, porque tinha mania de desenhar por horas e horas mapas de cidades imaginárias, com rios, ruas, área rural e urbana, montanhas, casas e até ônibus e pedestres tinham. É claro que quando os leigos achavam meu mapas, não tinham capacidade para compreende-los. Achavam que eram rabiscos mal feitos para passar o tempo, humpf. Coisa de gente sem "sensibilidade artística", óbvio!

Eu dormia e sonhava com muitas coisas, mas algumas eu assim que acordava ia desenhar e pintar. Desenhava moldura nos desenhos para imitar quadrinhos e poder colocar na parede. Minha mãe, dona Lúcia, colocava e deixava lá por uns dias. Isso me deixava muito feliz! 

Geralmente eram desenhos de borboletas coloridas voando em jardim florido, um sol entre montanhas, uma lua entre nuvens, eu gostava muito de desenhar paisagens, pois era o que eu mais imaginava. 

Eu sempre tive a fama de ser muito estudiosa, minhas notas eram sempre as mais altas, era sempre o destaque da turma, não tinha quase nenhuma dificuldade em aprender as matérias, matemática é que não era muito meu forte, e às vezes precisava frequentar alguma explicadora, talvez porque minha imaginação não conseguia sozinha criar algo que incluísse os cálculos matemáticos.


Miriele Rocha

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Reflexões e Aprendizados no contexto da pandemia do Coronavírus

No dia 10 de março  foi divulgado no Brasil, o primeiro contágio do tão temido Coronavírus que já circulava pelo mundo, parando cidades e países desde dezembro de 2019, mas agora havia chegado ao Brasil, na verdade ele já estava, mas a divulgação só foi feita no mês supracitado.

Dias depois, começaram as primeiras manifestações dos governos sobre as medidas que tomariam em seus respectivos locais. Seguindo orientações mundiais dadas pela OMS, iniciou-se uma quarentena. Ninguém deveria sair, somente em último caso. Escolas foram paralisadas, comércio em geral fechados, salvo os que prestam serviços essenciais, enfim, o mundo parou!

Com o passar dos dias, as mentes brasileiras começaram a queimar: o que eu faço agora? Como ficar em casa tanto tempo? Como vou arrumar dinheiro? Será que estou no grupo de risco? Como proteger familiares? E uma infinidade de outras questões, pertinentes, é claro. 

Quando nos deparamos com situações que nunca vivemos ou que nos apresenta preocupação é normal dar uma "pane".

O sofrimento ocorre porque passamos a sentir medo, insegurança, falta de controle da situação.

Até certo ponto é normal que essas emoções aflorem.

Para Darwin,  as emoções tem carácter adaptativo, é uma herança do processo evolutivo pois está ligado a nossa segurança e consequentemente a nossa sobrevivência. O cenário atual que estamos vivendo, num contexto de pandemia de Coronavírus tem gerado fortes emoções nas pessoas e de certa forma promovendo aprendizados.

Quando passamos por situações difíceis é normal pararmos para refletir sobre o que está ocorrendo, levantamos diversas questões nem sempre habituais sobre nós, nosso cotidiano, como por que tal coisa está ocorrendo? Será que tinha como eu evitar? Será que tive culpa? O que eu faço agora? E se eu tivesse feito tal coisa? E se eu não tivesse falado ou feito da forma que fiz? Enfim, são muitas as reflexões acerca do problema. 

Um dos aprendizados aí mencionado faz referência a não repetição futura de determinada ação que pensamos ter contribuído ou até causado o problema, ou repetir ações realizadas que resolveram tal situação.

Esses momentos são importantes para promover transformação.

E além deste autoaprendizado que também podemos ter  com a pandemia, outras diversas informações passaram a fazer parte do nosso cotidiano com muita frequência, umas voltaram a circular, outras são novidades. 

Esta nova realidade  promoveu novos aprendizados ou nos relembra o que já estava em desuso, como:


  • Cuidados maiores com higiene, inclusive o de lavar as mãos corretamente. É incrível, em pleno século XXI, ser preciso ensinar a lavar as mãos! Isto me lembrou muito um filme que assisti sobre a biografia de Louis Pasteur, que mostra um químico ensinando médicos da importância da higiene em suas práticas, como os trabalhos de parto, a fim de evitar a febre pós-parto. Mas o século era outro.

  •  Maior domínio do mundo digital. Sim, porque grande parte da população se viu em quarentena e não podendo mais exercer seus trabalhos da forma habitual, precisou entrar "NA MARRA" na era digital, reuniões on-line, vendas por telefone, e-mail, aplicativos, etc, aulas por plataformas digitais, descobriram o tal do Home Office.

  • Mais oportunidades de aprender coisas novas ou atualizar seus conhecimentos surgiram, muitos cursos on-line foram disponibilizados e até gratuitos.

Sem dúvida, este novo contexto nos trouxe mais aprendizado sim! De diversas áreas e naturezas, além de uma grande oportunidade para o autoconhecimento. Que é um aprendizado e tanto! Esse é um tipo de ganho que beneficia todas as áreas da vida. Quem se conhece bem, vive melhor. Faz melhores escolhas, aproveita melhor o tempo, foca nas coisas que realmente tem mais importância na vida.


Miriele Rocha

Aprender com emoção

As emoções estão presentes o tempo todo nas nossas interações, no nosso trabalho, influenciando as nossas aprendizagens, as nossas ações, o nosso comportamento, a nossa vida. 

Pensar na tarefa do ensinar e do aprender sem valorizar o ambiente externo é impossível, muito menos sem levar em conta o caráter emocional envolvido. 

A aprendizagem está o tempo todo acontecendo em nossas vidas, no entanto a tarefa da escola é sistematizar esses conhecimentos, ressignificar conhecimentos trazidos, traçar  objetivos voltados à aprendizagem. E é importante fazer esta sistematização num ambiente capaz de promover emoções positivas durante o aprendizado e que saiba trabalhar as emoções trazidas pelos estudantes de forma a potencializar o aprender.


Miriele Rocha

Características de um plano de gestão escolar democrática

A garantia do sucesso de uma gestão escolar está exatamente em seu caráter democrático, quando todos se sentem parte do sucesso ou do fracasso da escola. Desta forma, todas as ações devem ser pensadas e realizadas pelo grupo envolvido no processo educacional. 

Esses envolvidos possuem intenções comuns para com a escola, cabe então a gestão escolar elaborar um plano capaz de interligar esses núcleos.  

Um plano de gestão com caráter democrático tem tal finalidade. 

Outro importante fator que nos ajuda a direcionar nossas ações aqui apresentadas está relacionado com as grandes dificuldades sociais, financeiras, de infra-estrutura, e de diversas outras naturezas porque passam os estudantes e seus familiares, demonstram a grande carência da comunidade para a qual se está elaborando tal plano. Diante disto, a relação dessa escola com a sua comunidade precisa se fazer de forma ativa, resgatando sua auto-estima, trabalhando seus valores, baseando-se no exercício da cidadania, promovendo o diálogo, ampliando horizontes, promovendo a transformação.

A execução de um bom plano de gestão vai de encontro com a idéia de Educação Integral, de uma educação de qualidade, igualitária e democrática, conforme previsto nas legislações brasileiras e municipais relacionadas à educação

O Ambiente Escolar: espaço dinâmico

O ambiente escolar é algo dinâmico,  vivo, carregado de emoções e acontecimentos diversos. 
Não poderia ser diferente, pois dentro da escola temos um encontro e reencontro de vidas. Cada uma com seu saber, suas histórias, sua cultura, seus valores.
E essas vidas são seres, que como nos diz Vygotsky,  que pensam, raciocinam, mas também tem sentimentos, emoções, desejam, imaginam e tem sensibilidade. Desta forma, os espaços cheios de vidas, apresentam em seu cotidiano, conflitos, soluções, discussões, acordos, desacordos, insatisfações, satisfações, ideias, emoções diversas, aprendizagens.
Se pensarmos na sociedade como um corpo físico, a escola é o cérebro (e precisa ser!). É um lugar onde se pensa, ali se iniciam, se processam e se solidificam pensamentos.
E é difícil de imaginar um cérebro sadio sendo passivo, tranquilo, quieto, apenas receptor.
Um cérebro é dinâmico,  está sempre em movimento através das suas redes neurais, sempre recebendo estímulos, processando estes estímulos, guardando na memória o que foi processado, resgatando memórias para agregar aos novos conhecimentos, emitindo emoções sobre o que se pensa, sendo influenciado por emoções e novamente recebendo mais estímulos e assim sucessivamente. 
Assim também é o ambiente escolar. Assim também é o aprender. 
Neste ambiente dinâmico, há uma interação interna e externa constante e das mais diversas,  promovendo a construção e a transformação do conhecimento.
A escola é o espaço de aprendizagem, de forma sistematizada, pois aprendizagem é um processo comum que ocorre o tempo todo em todos os lugares.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

O que é Educação?

O que é Educação? 
     Educação é um tema muito amplo, podendo compreender diversos conceitos e definições. Através da educação, de diferentes formas,  transmite-se saberes e valores de uma geração a outra. 
Quem nunca ouviu as seguintes frases abaixo?
- Garoto levado, sua mãe não te deu educação?
A professora trabalha educando as crianças.
O príncipe foi educado para substituir o rei.
Que vendedora educada!!
        Quando se fala em educação, dependendo do contexto, fala-se de socialização, delicadeza, gentileza, amabilidade, saber fazer algo, disciplina, aprender, ensinar, etc.
       Segundo o dicionário Michaellis, Educação tem as seguintes  definições: "2 - Aperfeiçoamento das faculdades físicas intelectuais e morais do ser humano; disciplinamento, instrução, ensino. 3 - Processo pelo qual uma função se desenvolve e se aperfeiçoa pelo próprio exercício: Educação musicalprofissional etc. 4 - Formação consciente das novas gerações segundo os ideais de cultura de cada povo. 5 - Civilidade. 6 - Delicadeza. 7 - Cortesia." 
     Para Saviani, a educação é concebida como "produção do saber", pois o homem é capaz de elaborar ideias, possíveis atitudes e uma diversidade de conceitos.
         A educação pode ser formal, não formal ou informal. 
      Libâneo nos ensina que a educação formal é aquele que compreende instâncias de formação, sempre de forma intencional e tem objetivos. Este é um ensino regido por leis.
          A educação informal é aquela que ocorre em espaços na comunidade, nos locais de convívio da pessoa, ex: na família, na igreja, no trabalho, ou seja, através da interação com grupos sociais, onde valores e culturas  são repassados de um para outro. Não é necessariamente intencional, enquanto se interage, se aprende.
          Enquanto que a educação não-formal é aquela voltada mais para quem aprende do que quem ensina, seus interesses, seus tempos e necessidades. Nesta educação é marcante a flexibilidade, a não cobrança, a pessoa está ali porque deseja aprender o que está sendo ensinado e porque naquele momento foi possível estar presente. São exemplos de educação não-formal: as oficinas do Programa Escola aberta do governo Federal; um grupo que se junta periodicamente para estudar para um concurso; cursos voluntários, etc.  Embora possa haver objetivos, planejamentos, intencionalidade, não há a obrigatoriedade existente na educação formal.

Referências bibliográficas:

·         ROMANELLI, Otaíza de O. História da educação no Brasil. 19 ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
·         SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas, Autores Associados, 2011.
·         http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=educa%E7%E3o
·         GOHN, Maria da GlóriaEducação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2006.