De
acordo com PARO(2001), a administração escolar diverge da administração
capitalista, tendo a especificidade de construção da humanidade do educando.
Essa especificidade da educação cria divergência entre administração escolar e
administração capitalista. Paro infere que a princípio na sociedade capitalista, a aula é considerada de fato o produto do processo de educação escolar, como
serviço prestado pela escola, tanto público como particular e as avaliações são
tanto boas ou ruins. Porém em um estudo mais ponderado podemos pensar que aula na
verdade não é produto do trabalho, mas o próprio trabalho pedagógico.
Segundo GENTILI (2002), referindo-se a
Castel (1997), mesmo depois de 20 anos de ajustes neoliberais ainda acontecem
formas de exclusão escolar, destacando que há de se “educar na esperança em
tempos de desencanto” (p.33). Ficam evidentes concepções que nos fazem repensar
o papel do gestor escolar enquanto gestão democrática, pois se faz necessário
que este gestor promova formas de fazer com que a comunidade participe mais da
vida escolar.
Ao invés de juntar-se a escola para
pressionar o estado, deixa-se manipular por políticas neoliberais que não estão
nada preocupadas em sanar os problemas que marginalizam e excluem.
As concepções presentes nos estudos de
GENTILI nos fazem repensar o papel do gestor escolar enquanto gestão
democrática. A escola precisa envolver a comunidade para que a mesma possa
participar mais.
Nos reportando a CATANI & JÚNIOR
(2000), que tratam da política e gestão da educação, ao citarem GRAMSCI, que
diz: "Se quisermos de fato salvar a escola, não podemos nos contentar em
administrar, precisamos dirigi-la”.
Segundo CATANI & JÚNIOR (2000), a
crítica das escolas atuais expressa muito mais o passado do que o desafio do
presente.
A escola precisa estruturar-se com alunos, professores, pais e
familiares. Os agentes da gestão escolar e educacional deverão atuar muito mais
como administradores do que dirigentes.
Administrar bem, dirigir e governar as
escolas são recursos de que necessitamos para a dimensão do trabalho.
ESTEVÃO(2000) coloca o gestor como líder , defensor da
educação, no entanto, no domínio da educação deve haver espaço aberto para
confronto democrático e escolar justos.
A gestão é sujeito de contradição no
sentido crítico quando não existe um contexto democrático, apostando assim na
construção de uma escola de qualidade, subordinada a padrões de justiça e
humanização onde todos participem.
Segundo ALEM (2002), o neoliberalismo
trona-se domínio e responde a crise no Estado Nacional causado pelo processo de
globalização com interligações crescentes por meio de comércio e tecnologia.
É necessário que a reforma aconteça para
que não venhamos ficar de fora desta nova ordem mundial; que tem como objetivo
educação, escola, preparação para o trabalho, tornando a escola uma indústria
cultural da informática.
Acontecendo assim uma regressão na
escola pública, na visão de ALEM(2002) vendo então alunos, pais e comunidade
são vistos como consumidores. ”A escola não é um negócio qualquer, sim boa
administração.” (p.52e53)
É preciso que tenhamos uma gestão
escolar preocupada em qualidade e os gestores e professores devem ser eficiente
para competir no mercado. ...”Sempre com visão crítica direcionada as
tendências presentes no sistema educacional...” (p.54e55). ALEM (2002).
Referências bibliográficas
SILVA, Celestino da. ET ALLI. Infância, Educação e Neoliberalismo.
3ªed. São Paulo: Cortez, 2002. (coleção
questões da Nossa Época; V.61).
GENTILI, Pablo. Educar na Esperança em tempos de desencanto. 2ª ed. Petrópolis (RJ):
Vozes, 2002.
NEVES, Lúcia M.W. Uma Nova divisão de trabalho na Educação. Rio de Janeiro: Papéis de Cópia, 1997. (p 77-105) Brasil,
Ano 2000.
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. Ática: São Paulo 2001.
ALEM, Sônia Marrach. Infância, Educação e neoliberalismo. Cortez: São Paulo, 2002.
ALVES Alda Judith. Caderno de Pesquisa. São Paulo (77): 53-61, maio 1991.