segunda-feira, 24 de junho de 2024

 

A Brincadeira como Pilar da Autonomia e do Desenvolvimento Integral na Educação Infantil Segundo a BNCC

Miriele Rocha

   A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece diretrizes fundamentais para a educação infantil no Brasil, destacando a importância do brincar como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento integral das crianças. O brincar não é apenas uma atividade recreativa, mas um processo vital que promove a autonomia, o desenvolvimento cognitivo, físico e social, além de reforçar o protagonismo infantil.

   Primeiramente, a brincadeira é crucial para a autonomia das crianças. Quando envolvidas em atividades lúdicas, as crianças tomam decisões, exploram suas preferências e aprendem a resolver problemas por conta própria. Esse processo de tomada de decisões em um ambiente seguro e controlado permite que as crianças desenvolvam autoconfiança e independência, competências essenciais para sua formação como indivíduos autônomos (Vygotsky, 1984; BNCC, 2017).

   Além disso, o brincar tem um impacto significativo no desenvolvimento cognitivo. Jogos e brincadeiras estimulam a imaginação, a criatividade e o pensamento crítico. Quando uma criança constrói uma torre de blocos, por exemplo, ela está explorando conceitos de física e matemática, como equilíbrio e contagem, de maneira prática e intuitiva. Essas atividades lúdicas criam oportunidades para o desenvolvimento de habilidades de raciocínio lógico e resolução de problemas, competências que são fundamentais para o sucesso acadêmico futuro (Piaget, 1952; BNCC, 2017).

   O desenvolvimento físico também é amplamente beneficiado através do brincar. Atividades como correr, pular e escalar fortalecem os músculos, melhoram a coordenação motora e promovem um estilo de vida saudável. Através do movimento e da exploração, as crianças desenvolvem não apenas suas habilidades motoras grossas e finas, mas também aprendem sobre os limites e capacidades do seu próprio corpo (Levin & Carlsson-Paige, 2006).

   Socialmente, o brincar é uma oportunidade valiosa para as crianças aprenderem a interagir com os outros. Em brincadeiras em grupo, as crianças aprendem a compartilhar, negociar e colaborar, habilidades essenciais para a vida em sociedade. A interação com os pares durante o brincar também ajuda na construção de empatia e compreensão, enquanto as crianças aprendem a lidar com diferentes emoções e perspectivas (Corsaro, 2003; BNCC, 2017).

   Finalmente, o protagonismo infantil é fortalecido através do brincar. A BNCC reconhece a criança como um ser ativo e participativo em seu processo de aprendizagem. Ao brincar, as crianças assumem papéis de liderança, fazem escolhas e expressam suas ideias e sentimentos de maneira espontânea. Isso não apenas promove a autoestima, mas também encoraja as crianças a se tornarem agentes de sua própria aprendizagem e desenvolvimento (BNCC, 2017; Saracho & Spodek, 1998).

   
Em suma, o brincar é uma componente essencial na educação infantil conforme estabelecido pela BNCC. Ele promove a autonomia, o desenvolvimento cognitivo, físico e social, além de reforçar o protagonismo das crianças. Ao valorizar e integrar o brincar no currículo, os educadores estão assegurando que as crianças não apenas aprendam, mas floresçam em todas as dimensões de seu desenvolvimento.

Referências

  • Base Nacional Comum Curricular (BNCC). (2017). Ministério da Educação. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br
  • Corsaro, W. A. (2003). We're friends, right?: Inside kids' culture. Joseph Henry Press.
  • Levin, D. E., & Carlsson-Paige, N. (2006). The war play dilemma: What every parent and teacher needs to know. Teachers College Press.
  • Piaget, J. (1952). The origins of intelligence in children. International Universities Press.
  • Saracho, O. N., & Spodek, B. (1998). Multiple perspectives on play in early childhood education. SUNY Press.
  • Vygotsky, L. S. (1984). A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Martins Fontes.

Desafios e Perspectivas da Educação Inclusiva no Brasil

     A educação inclusiva no Brasil, especialmente no âmbito das políticas públicas, representa um campo crucial de análise e intervenção para garantir que todos os alunos, independentemente de suas capacidades e necessidades, tenham acesso equitativo à educação (Mantoan, 2015). Este tema ganha ainda mais relevância no contexto atual, onde a inclusão é fundamental para o desenvolvimento social e educacional do país. Apesar dos avanços legislativos e de políticas implementadas nas últimas décadas, os desafios relacionados ao atendimento educacional especializado permanecem significativos e multifacetados (Lacerda, 2017).

    O Brasil tem feito esforços para promover a educação inclusiva por meio de diversas políticas públicas. A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), por exemplo, estabelece diretrizes claras para garantir os direitos das pessoas com deficiência, incluindo a educação (Brasil, 2015). Além disso, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) de 2008 reafirma o compromisso do país em promover a inclusão escolar (Brasil, 2008). No entanto, a implementação eficaz dessas políticas enfrenta obstáculos consideráveis, desde a falta de infraestrutura adequada até a carência de profissionais capacitados (Amaral & Molinari, 2016).

     Um dos principais desafios no atendimento educacional especializado é a formação e capacitação dos professores. Muitos educadores ainda não possuem a preparação necessária para lidar com a diversidade de necessidades que encontram em sala de aula (Mendes, 2010). Isso inclui não apenas o conhecimento técnico sobre como adaptar o currículo e as metodologias de ensino, mas também o desenvolvimento de uma sensibilidade e empatia necessárias para criar um ambiente verdadeiramente inclusivo (Oliveira & Almeida, 2012). Investir em programas de formação contínua e especializada para professores é essencial para superar essa barreira (Sassaki, 2009).

    A infraestrutura escolar é outro ponto crítico. Muitas escolas no Brasil ainda não possuem as adaptações físicas necessárias para atender alunos com deficiências (França & Leite, 2014). A acessibilidade é um direito fundamental que muitas vezes é negligenciado, limitando a mobilidade e a participação plena dos alunos com deficiência no ambiente escolar (Sassaki, 2009). É imperativo que as políticas públicas garantam não apenas a construção de novas escolas acessíveis, mas também a adaptação das já existentes para atender a todos os alunos (Mantoan, 2015).

    Além disso, a integração entre as áreas de saúde e educação é vital para o sucesso da educação inclusiva (Glennon, 2002). Muitas crianças que necessitam de atendimento educacional especializado também precisam de acompanhamento médico regular, como no caso de diagnósticos de autismo ou transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) (Silva, 2018). A falta de uma articulação eficiente entre esses setores resulta em um atendimento fragmentado e insuficiente, prejudicando o desenvolvimento integral das crianças (Silva, 2018). Políticas públicas devem promover uma abordagem interdisciplinar, facilitando a colaboração entre profissionais de diferentes áreas (Glennon, 2002).

    As famílias também desempenham um papel crucial no processo de inclusão educacional (Lima & Monteiro, 2015). Muitas vezes, enfrentam dificuldades significativas ao buscar diagnósticos e tratamentos para seus filhos, além de lidar com a burocracia para garantir direitos educacionais (Lima & Monteiro, 2015). A orientação e o apoio às famílias devem ser parte integrante das políticas de inclusão, garantindo que estejam informadas e capacitadas para participar ativamente do processo educacional de seus filhos (Mendes, 2010).

    Por fim, a conscientização e a mudança cultural são fundamentais (Sassaki, 2009). A inclusão não é apenas uma questão de infraestrutura e capacitação, mas também de atitude e valores (Mantoan, 2015). A sociedade brasileira precisa reconhecer e valorizar a diversidade como um recurso e não como um problema (Lacerda, 2017). Campanhas de conscientização, programas de sensibilização e a promoção de uma cultura de respeito e valorização das diferenças são essenciais para construir uma sociedade mais inclusiva (Oliveira & Almeida, 2012).

   


    Em conclusão, a educação inclusiva no Brasil, embora tenha avançado consideravelmente, ainda enfrenta desafios significativos. A formação de professores, a infraestrutura escolar, a integração entre saúde e educação, o apoio às famílias e a mudança cultural são áreas que demandam atenção urgente e contínua (Mantoan, 2015). As políticas públicas devem ser robustas, abrangentes e efetivamente implementadas para garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade, promovendo a equidade e a justiça social (Brasil, 2008). Somente assim poderemos construir um sistema educacional que verdadeiramente atenda às necessidades de todos os cidadãos, sem exceção (Lacerda, 2017).

Conte-nos um pouco sobre as suas percepções sobre esse tema! Será um prazer ler suas ideias.

Miriele Rocha


Referências:

  • Amaral, A. & Molinari, L. (2016). Desafios da educação inclusiva no Brasil. Editora XYZ.
  • Brasil. (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
  • Brasil. (2015). Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015).
  • França, D. & Leite, M. (2014). Infraestrutura escolar e inclusão. Revista ABC.
  • Glennon, W. (2002). Integração entre saúde e educação. Editora ZYX.
  • Lacerda, C. (2017). Educação inclusiva: desafios e perspectivas. Editora DEF.
  • Lima, R. & Monteiro, S. (2015). O papel das famílias na inclusão educacional. Revista GHI.
  • Mantoan, M. (2015). Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer?. Editora XYZ.
  • Mendes, E. (2010). Formação de professores para a inclusão. Revista ABC.
  • Oliveira, S. & Almeida, P. (2012). Metodologias inclusivas na educação básica. Editora JKL.
  • Sassaki, R. (2009). Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Editora XYZ.
  • Silva, A. (2018). Educação e saúde na perspectiva inclusiva. Revista DEF.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Alguns pontos norteadores de um PPP realmente partipativo

Um Projeto Político-Pedagógico com vistas a uma educação de qualidade, inclusiva, participativa, precisa ser pensado coletivamente e no intuito de  atender a um modelo de escola, norteada por uma educação direcionada para, segundo a UNESCO: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser, onde o indivíduo desenvolva capacidades de saber ouvir, saber se expressar, saber pensar, refletir, analisar, comparar, compreender a realidade social, saber conviver com o outro, de modo que possa se promover a formação integral do educando, dentro das possibilidades da escola,  como sujeito do processo contínuo de educação, seu direito de acesso, a universalidade da educação, a concepção de formação em seus diferentes aspectos: estéticos, éticos, cognitivos, afetivos, culturais, biológicos, sociais e religiosos.

O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. (PCN’s)

Para que a escola acompanhe de forma gradativa as verdadeiras necessidades da comunidade escolar  é preciso estabelecer metas a serem cumpridas a um espaço de curto , médio e longo prazo. Para que a escola alcance esses objetivos tornam-se indispensáveis a participação, a responsabilidade e o comprometimento de todos.

A imaginação e a criatividade tornam a aprendizagem mais significativa: minha história como exemplo

Quando eu era criança, sempre fui muito imaginativa, na verdade ainda sou, mas vou me ater aqui a umas lembranças da fase infantil. 

Por volta dos 2 aos 4 anos eu já mostrava interesse pela leitura, quando observava meu pai que adorava ler gibis sentado por horas com os olhos fitados num livrinho rindo horrores sozinho, eu me aproximava e ficava rindo junto. Ele achava que eu entendia e me recontava as histórias pausando para rir de novo e eu ouvia atentamente e ria também, claro que aos dois anos eu estava era rindo do riso dele e não da história, porque eu não tinha esta compreensão para interpretar piadas e textos cômicos.   Mas deixa para lá! Nunca contei para ele que eu estava apenas fazendo companhia para ele não ficar rindo sozinho (risos).

Quanto a minha mãe, sempre foi muito presente em tudo na minha vida. Adorava cozinhar e me elegia para ser a assessora de leitura e escrita das receitas que iria preparar. Eu a auxiliava na redação da lista de compras, na leitura das embalagens no mercado e em casa, no registro das receitas que passavam na TV transcrevendo para um caderno. 

Eu vivia em um ambiente realmente alfabetizador e propício ao aprendizado. Minha casa tinha jornais, revistas, gibis, almanaque a, livros por toda a parte.

Pensando bem, eu fui muito privilegiada!

Tal fato não só criou a curiosidade pela leitura cedo, como desenvolveu bastante minha capacidade imaginativa. 

Lembro me muito bem das histórias que eu criava, primeiro na mente, ricas em detalhes e depois algumas delas eu as escrevia, desenhava e até encenava nas minhas brincadeiras. Talvez por achar que estavam sensacionais, ahahaha. Outro dia achei um caderno velho porque minha mãe tinha o hábito de guardar tudo da minha história, até meu uniforme do jardim de infância ainda tenho, pode acreditar, e neste caderno tinha uma dessas histórias lá registrada. Bem pensando aqui, ao reler a história nem achei que não era tão sensacional assim, não sei porque registrei (risos), talvez fizesse muito sentido naquele momento, talvez causasse um bem estar, um sentimento bom, uma emoção boa que merecia registrar, para não perder aquela situação"vivida" mentalmente, sei lá. 

Mas voltando a essa infância, recordo me que eu tinha estas imaginações em vários contextos, nas brincadeiras, estudando para as provas, na sala de aula, nas filas que eu precisava esperar junto com minha mãe, era um passatempo muito frequente. 

Sempre fui uma criança muito tímida e solitária, na escola preferia na maioria das vezes estar só ou com poucos colegas, em casa não tinha o hábito de brincar com frequência na vizinhança, rua ou na casa de amigos. Meu único irmão tem uma diferença de nove anos a mais que eu. 

Meus maiores companheiros eram três primos que nos finais de semana vinham para minha casa e "fazíamos a festa", era como maratonas de brincadeiras, começando de manhã e indo até a hora de dormir. 

Talvez minha imaginação fértil, o que não é nenhuma novidade no mundo infantil, talvez eu só fazia de forma mais intensa, fosse uma estratégia para me divertir mais nos momentos que não teria companhia da minha faixa etária. Eram minhas companheiras.

Era bom! Tudo tinha mais graça! 

"A consciência humana está no mundo como uma bola inflamada pela imaginação tudo tem inventado pelo homem de maneira física ou mental, é fruto da Imaginação de alguém"(Montessori)


Imagina você poder ilustrar suas próprias histórias? Assistir a um filme em cada aula de história? E o melhor, criado por você! Imagina os textos de português serem cantados como música? E o ritmo foi você que colocou!

Prestava bastante atenção nas  aulas de ciências porque no final de semana seria a aula que eu daria para os meus primos cobaias na escolinha do quintal, nossa brincadeira preferida. Precisava entender bem. 

Os textos dos livros de Língua Portuguesa ou viravam música, porque eu os lia cantando ou viravam peças teatrais que eu ensaiava com meus primos e apresentava no quintal para nós mesmos e os vizinhos que chamávamos e pensávamos estar prestando atenção, vai ver que estavam. 

Adorava os desenhos de cidade urbana e rural dos livros de estudos sociais, porque tinha mania de desenhar por horas e horas mapas de cidades imaginárias, com rios, ruas, área rural e urbana, montanhas, casas e até ônibus e pedestres tinham. É claro que quando os leigos achavam meu mapas, não tinham capacidade para compreende-los. Achavam que eram rabiscos mal feitos para passar o tempo, humpf. Coisa de gente sem "sensibilidade artística", óbvio!

Eu dormia e sonhava com muitas coisas, mas algumas eu assim que acordava ia desenhar e pintar. Desenhava moldura nos desenhos para imitar quadrinhos e poder colocar na parede. Minha mãe, dona Lúcia, colocava e deixava lá por uns dias. Isso me deixava muito feliz! 

Geralmente eram desenhos de borboletas coloridas voando em jardim florido, um sol entre montanhas, uma lua entre nuvens, eu gostava muito de desenhar paisagens, pois era o que eu mais imaginava. 

Eu sempre tive a fama de ser muito estudiosa, minhas notas eram sempre as mais altas, era sempre o destaque da turma, não tinha quase nenhuma dificuldade em aprender as matérias, matemática é que não era muito meu forte, e às vezes precisava frequentar alguma explicadora, talvez porque minha imaginação não conseguia sozinha criar algo que incluísse os cálculos matemáticos.


Miriele Rocha

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Reflexões e Aprendizados no contexto da pandemia do Coronavírus

No dia 10 de março  foi divulgado no Brasil, o primeiro contágio do tão temido Coronavírus que já circulava pelo mundo, parando cidades e países desde dezembro de 2019, mas agora havia chegado ao Brasil, na verdade ele já estava, mas a divulgação só foi feita no mês supracitado.

Dias depois, começaram as primeiras manifestações dos governos sobre as medidas que tomariam em seus respectivos locais. Seguindo orientações mundiais dadas pela OMS, iniciou-se uma quarentena. Ninguém deveria sair, somente em último caso. Escolas foram paralisadas, comércio em geral fechados, salvo os que prestam serviços essenciais, enfim, o mundo parou!

Com o passar dos dias, as mentes brasileiras começaram a queimar: o que eu faço agora? Como ficar em casa tanto tempo? Como vou arrumar dinheiro? Será que estou no grupo de risco? Como proteger familiares? E uma infinidade de outras questões, pertinentes, é claro. 

Quando nos deparamos com situações que nunca vivemos ou que nos apresenta preocupação é normal dar uma "pane".

O sofrimento ocorre porque passamos a sentir medo, insegurança, falta de controle da situação.

Até certo ponto é normal que essas emoções aflorem.

Para Darwin,  as emoções tem carácter adaptativo, é uma herança do processo evolutivo pois está ligado a nossa segurança e consequentemente a nossa sobrevivência. O cenário atual que estamos vivendo, num contexto de pandemia de Coronavírus tem gerado fortes emoções nas pessoas e de certa forma promovendo aprendizados.

Quando passamos por situações difíceis é normal pararmos para refletir sobre o que está ocorrendo, levantamos diversas questões nem sempre habituais sobre nós, nosso cotidiano, como por que tal coisa está ocorrendo? Será que tinha como eu evitar? Será que tive culpa? O que eu faço agora? E se eu tivesse feito tal coisa? E se eu não tivesse falado ou feito da forma que fiz? Enfim, são muitas as reflexões acerca do problema. 

Um dos aprendizados aí mencionado faz referência a não repetição futura de determinada ação que pensamos ter contribuído ou até causado o problema, ou repetir ações realizadas que resolveram tal situação.

Esses momentos são importantes para promover transformação.

E além deste autoaprendizado que também podemos ter  com a pandemia, outras diversas informações passaram a fazer parte do nosso cotidiano com muita frequência, umas voltaram a circular, outras são novidades. 

Esta nova realidade  promoveu novos aprendizados ou nos relembra o que já estava em desuso, como:


  • Cuidados maiores com higiene, inclusive o de lavar as mãos corretamente. É incrível, em pleno século XXI, ser preciso ensinar a lavar as mãos! Isto me lembrou muito um filme que assisti sobre a biografia de Louis Pasteur, que mostra um químico ensinando médicos da importância da higiene em suas práticas, como os trabalhos de parto, a fim de evitar a febre pós-parto. Mas o século era outro.

  •  Maior domínio do mundo digital. Sim, porque grande parte da população se viu em quarentena e não podendo mais exercer seus trabalhos da forma habitual, precisou entrar "NA MARRA" na era digital, reuniões on-line, vendas por telefone, e-mail, aplicativos, etc, aulas por plataformas digitais, descobriram o tal do Home Office.

  • Mais oportunidades de aprender coisas novas ou atualizar seus conhecimentos surgiram, muitos cursos on-line foram disponibilizados e até gratuitos.

Sem dúvida, este novo contexto nos trouxe mais aprendizado sim! De diversas áreas e naturezas, além de uma grande oportunidade para o autoconhecimento. Que é um aprendizado e tanto! Esse é um tipo de ganho que beneficia todas as áreas da vida. Quem se conhece bem, vive melhor. Faz melhores escolhas, aproveita melhor o tempo, foca nas coisas que realmente tem mais importância na vida.


Miriele Rocha

Aprender com emoção

As emoções estão presentes o tempo todo nas nossas interações, no nosso trabalho, influenciando as nossas aprendizagens, as nossas ações, o nosso comportamento, a nossa vida. 

Pensar na tarefa do ensinar e do aprender sem valorizar o ambiente externo é impossível, muito menos sem levar em conta o caráter emocional envolvido. 

A aprendizagem está o tempo todo acontecendo em nossas vidas, no entanto a tarefa da escola é sistematizar esses conhecimentos, ressignificar conhecimentos trazidos, traçar  objetivos voltados à aprendizagem. E é importante fazer esta sistematização num ambiente capaz de promover emoções positivas durante o aprendizado e que saiba trabalhar as emoções trazidas pelos estudantes de forma a potencializar o aprender.


Miriele Rocha

Características de um plano de gestão escolar democrática

A garantia do sucesso de uma gestão escolar está exatamente em seu caráter democrático, quando todos se sentem parte do sucesso ou do fracasso da escola. Desta forma, todas as ações devem ser pensadas e realizadas pelo grupo envolvido no processo educacional. 

Esses envolvidos possuem intenções comuns para com a escola, cabe então a gestão escolar elaborar um plano capaz de interligar esses núcleos.  

Um plano de gestão com caráter democrático tem tal finalidade. 

Outro importante fator que nos ajuda a direcionar nossas ações aqui apresentadas está relacionado com as grandes dificuldades sociais, financeiras, de infra-estrutura, e de diversas outras naturezas porque passam os estudantes e seus familiares, demonstram a grande carência da comunidade para a qual se está elaborando tal plano. Diante disto, a relação dessa escola com a sua comunidade precisa se fazer de forma ativa, resgatando sua auto-estima, trabalhando seus valores, baseando-se no exercício da cidadania, promovendo o diálogo, ampliando horizontes, promovendo a transformação.

A execução de um bom plano de gestão vai de encontro com a idéia de Educação Integral, de uma educação de qualidade, igualitária e democrática, conforme previsto nas legislações brasileiras e municipais relacionadas à educação

  A Brincadeira como Pilar da Autonomia e do Desenvolvimento Integral na Educação Infantil Segundo a BNCC Miriele Rocha    A Base Nacional C...